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Miguel Costa - Qualyfast |
O Conjunto Miguel Costa foi desenvolvido para abrigar os moradores de uma antiga favela localizada no Rochdale que foi reintegrada por conta das obras anti-enchente no bairro. O empreendimento conta com 48 blocos que somam um total de 960 apartamentos e é localizado entre o Rio Tietê, a linha férrea da CPTM, o Rodoanel Mário Covas e o complexo pertencente ao exército brasileiro. Os acessos ao "novo bairro" se dão pela Estação General Miguel Costa e pelo cruzamento entre a Avenida dos Autonomistas e a Estação Quitaúna, alternativa essa que causou controvérsias e levou a Prefeitura de Osasco a executar o projeto de um viaduto que ligará o local até o bairro Quitaúna.
Área do Miguel Costa |
Quarenta e oito blocos de edifícios com 5 andares dispostos de forma extremamente geométrica, lado a lado, com gramados simplórios e gradis os cercando, sem a preocupação da criação de fachadas ativas, arborização e até mesmo vagas rotativas bem localizadas para quem irá residir no local e possuí veículos. O fácil acesso as duas estações da CPTM tornou-se o único ponto positivo desse bairro que foi criado do zero.
Vigliecca & Associados, a menina dos olhos que foi rejeitada
Miguel Costa - Vigliecca & Associados |
Para exemplificar um projeto ideal de planejamento urbano, evidencia-se o que foi idealizado para o mesmo local, porém pelo escritório já conhecido pelos munícipes, Vigliecca e Associados. A equipe da renomada empresa do ramo de arquitetura e urbanismo já havia projetado diversos conjuntos habitacionais por Osasco, como o Portal D'Oeste e o Jardim Vicentina, por exemplo. Seus projetos possuem características pensadas para o local onde estão inseridas, fugindo de padrões existentes do que seria uma habitação social.
Seriam 1.592 unidades de apartamentos e o critério adotado para a implantação dos blocos habitacionais dentro da quadra priorizaria a geração de qualidades espaciais variadas, tanto em termos da morfologia edilícia resultante quanto da relação entre as unidades habitacionais, os espaços públicos propostos e as vias públicas, visando dotar de identidade própria estes espaços e a consequente apropriação deles pelos usuários.
Miguel Costa - Vigliecca & Associados |
Conclusão
A forma como se pensa habitação popular em grandes cidades precisa sofrer uma mudança drástica. Exemplos mal sucedidos como o Cidade Tiradentes e as unidades da COHAB localizadas no extremo oeste da capital paulista mostram como é importante e criação de uma dinâmica própria que levaria a priorização da qualidade de vida local, e não apenas números de habitação e economia monetária. Até esse conceito defasado sair dos planos de governos municipais, as cidades brasileiras continuarão errando na forma que procuram resolver o déficit habitacional.
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